"O primeiro dever do homem em sociedade é de ser útil aos membros dela; e cada um deve, segundo as suas forças físicas, ou morais, administrar, em beneficio da mesma, os conhecimentos, ou talentos, que a natureza, a arte, ou a educação lhe prestou.
O indivíduo, que abrange o bem geral de uma sociedade, vem a ser o membro mais distinto dela. As luzes, que ele espalha, tiram das trevas, ou da ilusão, aqueles que a ignorância precipitou no labirinto da apatia, da inépcia, e do engano. Ninguém mais útil pois do que aquele que se destina a mostrar, com evidência, os acontecimentos do presente, e desenvolver as sombras do futuro." -
(Correio Brasiliense)

4. Sobrado dos Britos

O período dos donos de engenho nos trouxe uma herança cultural, o mais marcante patrimônio que marcou várias gerações em nosso município. O Sobrado dos Britto, patrimônio cultural de inenarrável valor sentimental, que se não tivesse sido destruído, nos faria lembrar de toda uma época feudal e da importância dessa história nos dias de hoje.
O Sobrado dos Brito era uma mansão secular do tipo colonial, foi o marco de várias gerações sertanejas de criadores de gado e senhores de engenho. Também marcou uma época de escravos e de grandes latifundiários. Construído no final do século XIX por Antonio Ferreira Britto, esposo de Josefa Soares de Britto, filha de Antonio Soares Fonseca, vulgo Antonio Monte Santo. O sobrado habitou seis gerações de descendentes do ancestral Coronel Antonio Monte Santo.
O velho sobrado sobreviveu intacto até o dia que seus últimos herdeiros ameaçaram vender o casebre secular de inenarrável valor, ao Banco do Brasil para construção de mais uma de suas agências, em 1977.
Foram várias as tentativas para que não se consumasse a venda, mas o Sr. Adelino de Oliveira Brito (Britinho) e o Sr. José Domingues Brito e Silva (Ferreira Brito) não se renderam às tentativas, venderam o sobrado, um velho Patrimônio Cultural Imóvel, ao Banco do Brasil, que logo o demoliu.


Nas últimas páginas do livro "O Marquês de Pombal, súmula de sua vida e obra", o autor, Cláudio de Britto Reis, se dedica à divulgação da história de Ribeira do Pombal, narrando inclusive, sua luta contra a demolição do Sobrado dos Britto, escrevendo em tom inconformado (com razão): “A responsabilidade pela malfadada demolição do velho sobrado recairá, e com toda justiça, não somente sobre seus últimos herdeiros, netos do Coronel Ferreira Britto e outorgantes vendedores, mas também sobre a atual geração, que se omitiu quanto à preservação do passado histórico e dos bens culturais da nossa terra. Pela impugnância do ato, e negligência omissiva, todos haverão de pagar no futuro - sentando-se no banco dos réus perante o julgamento inexorável do tribunal da história".

2 comentários:

  1. Dr. Cláudio Britto dos Reis era irmão de meu avô paterno, Álvaro Brito dos Reis

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  2. Quando íamos visitar meus avós em Bom Conselho, na estrada areienta de Tucano para Pombal, de longe se via três silhuetas da pequena cidade, a caixa d'água, a igreja e a casa dos Brittos. 1954.

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